A frenectomia e a frenotomia nada mais são do que cirurgias realizadas para diminuir ou remover o freio lingual ou o labial, uma condição que pode afetar significativamente a vida do paciente.
Para realizar o procedimento cirúrgico, é necessário passar por uma avaliação com um dentista que tenha experiência e que atue na área. Geralmente trata-se do cirurgião-dentista especialista em Periodontia ou Cirurgia.
A frenotomia é um procedimento mais simples. Nela ocorre apenas o corte parcial do freio, não ocorrendo, dessa forma, a sua remoção por completo.
Apesar de poder ser realizada em pessoas de todas as idades, é mais comum que a frenotomia seja realizada ainda nos primeiros meses de vida, no bebê que apresenta freio lingual curto. Dessa forma, a cirurgia é indicada em casos de anquiloglossia. Essa anomalia, popularmente chamada de língua presa, afeta o desenvolvimento da língua trazendo prejuízos à sucção, deglutição e fonação.
A frenectomia envolve a remoção de parte do freio, ou seja, é um procedimento de maior complexidade.
Essa é a principal diferença entre os dois tipos de procedimento, cabendo ao cirurgião-dentista decidir qual dos procedimentos melhor atenderá o paciente.
Como o nome já diz, a principal diferença entre os freios é a região em que eles se localizam na cavidade oral. Enquanto os freios labiais são encontrados nas regiões vestibulares (“lado de fora”) da maxila ou mandíbula (entre os incisivos centrais superiores e inferiores), o freio lingual é uma prega abaixo da língua que surge na linha média da arcada inferior e liga a superfície ventral da língua ao assoalho da cavidade bucal.
Normalmente a indicação da frenectomia labial se dá quando o freio labial afeta os dentes, fazendo com que eles apresentem um diastema (separação entre os dentes) ou estimulando o aumento de retrações ou recessões gengivais (leia mais).
O diagnóstico de freio lingual curto, comumente chamado de “língua presa”, normalmente é realizado com o bebê recém-nascido ainda na maternidade, sendo a cirurgia de frenotomia ou frenectomia lingual realizada com a criança ainda no ambiente hospitalar. Contudo, existem situações onde o diagnóstico não é realizado de maneira precoce. Sendo assim, quando se trata de bebês, as mães devem ficar atentas durante a amamentação, pois o bebê que tem o freio lingual curto pode apresentar dificuldade neste momento. Isso pode levar ao desmame precoce, tanto pela dificuldade do bebê ao mamar, o que o leva ao cansaço e desistência, quanto pelo surgimento de ferimentos e fortes dores nos seios da mãe durante o processo.
Atentar-se ao choro da criança também ajuda no diagnóstico. Bebê que tem a língua presa acaba apresentando a língua em uma posição mais próxima do assoalho bucal durante o choro.
Em crianças maiores a indicação de frenectomia lingual pode ser observada pela impossibilidade de tocar a ponta da língua no palato com a boca aberta. A criança pode apresentar ainda dificuldades na higienização bucal, diastema (espaço) entre os dentes ântero-inferiores e dificuldades na fonação, sobretudo ao pronunciar fonemas como “tê, dê e nê”.